A importância do ecossistema de inovação para as agtechs

A importância do ecossistema de inovação foi um dos temas da arena global do Agro Future Summit, evento que aconteceu em formato híbrido entre os dias 07 e 09 de outubro. Na mesa de discussão, estiveram presentes o CEO da Trace Pack, Renan Salvador, o coordenador estratégico e gestor de inovação do Sebrae-Londrina/PR, Lucas Ferreira Lima, o consultor em inovação corporativa e CEO da BETA I, André Nunes e a mediadora, Vanessa Visacro, economista e consultora de programas de inovação.

Da esquerda para a direita: Vanessa Visacro, mediadora do debate, Lucas Lima, gestor de inovação do Sebrae, André Nunes, consultor em inovação e Renan Salvador, CEO da Trace Pack

Um ecossistema de inovação é um ambiente que promove articulações entre diferentes atores que enxergam a inovação como essencial para o desenvolvimento econômico e social. 

Membro da governança Agro Valley, startup residente no SRP Valley e tendo como parceiros instituições como o Sebrae-PR e a Sociedade Rural do Paraná (SRP), entre outros, a trajetória da Trace Pack ilustra o quanto um ambiente que incentiva e desenvolve a inovação faz diferença.  A startup, que nasceu durante um hackathon em 2017, é o resultado de uma rede de apoio, considerada um dos motores para o seu crescimento.

Para Vanessa, a iniciativa de inovação deve ser vista sob a perspectiva de ecossistema. Segundo a economista, “pegamos emprestado o termo ecossistema da biologia porque ela nos prova que tudo funciona de forma interligada e conectada”.

Lucas Lima, gestor de inovação no Sebrae-PR, pontua que a ampliação de práticas de inovação deve estar atrelada ao desenvolvimento regional e local. “A Governança AgroValley representa o trabalho de um ecossistema setorial de inovação. É uma governança forte, independente e consolidada.”

O lançamento do SRP Valley, parque agro tecnológico privado, é um exemplo do quanto inovar depende da interação de pessoas e instituições. Dessa forma, também evidencia que “investir no agro pode desenvolver um território como um todo”, afirma Lucas.

Lançamento SRP Valley, o primeiro parque agro tecnológico privado – Divulgação: Sociedade Rural do Paraná

A integração do ecossistema é parte fundamental para o desenvolvimento de uma rede de apoio, como mostra a experiência na cidade de Londrina (PR) que é considerada um pólo consolidado de inovação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Mesmo sendo um setor tradicional, o agronegócio se destaca na inovação. Entretanto, nenhuma empresa consegue fazer sozinha esse processo. Inovação não é só desenvolver tecnologia em startups”, assinala André.

Inovação colaborativa: o novo normal

No livro “Formação Política do Agronegócio”, o autor Caio Pompeia destaca que o desenvolvimento do agro se deve aos inúmeros players e stakeholders e que instituições de ensino, entidades do setor e governos, tiveram que atuar de forma conjunta para que houvesse convergência de interesses e desenvolvimento do setor.

Nesse sentido, abordar o conceito de inovação colaborativa num setor como o agronegócio, sobretudo, em agtechs (empresas de tecnologia do agro) pode soar redundante, entretanto, a tecnologia está influenciando a velocidade da mudança e está mais difícil lidar com o ritmo sozinho.

A inovação colaborativa, destaca André Nunes, deve envolver múltiplos stakeholders. O consultor ainda reforça que, “para o agronegócio, a rede deve ser feita com vários itens das cadeias de valor, incluindo os concorrentes. Ligações com instituições (pesquisa & desenvolvimento) P&D, rede local, troca de ideias, introdução de novas tecnologias e partilha de conhecimento”. 

Ecossistema de inovação

Desenvolver e integrar são palavras que guiam o conceito de inovação colaborativa e as empresas que pretendem se conduzir pelo conceito devem entender que existem 3 níveis desse tipo de inovação. “1) Redes de inovação colaborativa formais, 2) Redes de aprendizado, 3) Redes de interesse (discussão em conjunto). Toda startup que tem a inovação como prática, deve encontrar modelos que ajudem nessa conexão”, pontua André.

Lucas Lima também defende algumas ações que considera vitais para ampliar o ambiente inovador. “O desenvolvimento de linhas estruturantes de atuação e a captação de recursos e ações estruturantes, têm sido os elementos que guiam as práticas presentes no ecossistema do Sebrae em Londrina”. destaca.

Grandes empresas não vivem sem o ecossistema de inovação e a noção de ecossistema sempre é de troca. Além disso, num momento em que países e grandes corporações lideram ações e medidas para mitigar o impacto da mudança climática, se faz necessário pensar que é inevitável gerar um agronegócio mais responsável e para isso, a tecnologia será essencial. 

No caso do agronegócio, André Nunes identifica que o uso de dados (como faz a Trace Pack), o foco na eficiência, e a automação, são tendências irreversíveis tanto a nível setorial quanto global. Entretanto, o consultor faz um chamamento. “Um conjunto de players pode construir uma rede virtuosa de inovação. É preciso entender que a inovação é sempre colaborativa.

Quer saber mais? Entre em https://tracepack.com.br/blog/ e fique por dentro de outros temas que já discutimos por aqui.

Redação e conteúdo: César H.S. Rezende

Arte: Luana Jardim

About Cesar Rezende

Sou um TracePacker - Jornalista, mestre em Administração com ênfase em Política e Gestão Socioambiental pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e cursando MBA em Gestão Tributária pela USP/Esalq.

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